A evolução do Japão e o interesse que ele desperta

O Japão é sinônimo de uma nação bem desenvolvida, extremamente organizada, utilizando tecnologias avançadas colaborando com a automação em diversos setores como indústria e serviços.

Nesta edição da TV Bunkyo, entenda como esse admirável país consegue ter seu lado moderno, tecnológico e ainda assim manter as tradições que nos transmitem valores e aspectos culturais únicos, tornando o país tão peculiar.

Para Cristiane Sato, pesquisadora da Abrademi – Associação brasileira de desenhistas de mangá e ilustrações, o mangá Samurai X (Rurouni Kenshin) foi de grande importância na sociedade japonesa por despertar o questionamento sobre a história da nação. A série se passa no século XIX, marcado pelo período Meiji, uma época conturbada, com a derrubada do xogunato e a restauração do poder pela família imperial japonesa.

O contexto marca também a abertura dos portos do país ao mundo, como uma maneira de defesa à invasão colonialista – na época aterrorizava diversos continentes, obrigando com este acontecimento a adaptação da sociedade japonesa a diversos costumes ocidentais; como por exemplo a proibição do uso de kimonos floridos e muito coloridos pelos homens (por ser considerado de uso feminino), acarretando no uso dessas estampas no forro das vestimentas, ficando com a cor sóbria em seu exterior – curiosidade citada pela pesquisadora como prova de que acontecimentos históricos influenciam até os dias de hoje a moda no Japão.

Jo Takahasi, produtor cultural, lista uma série de atrativos ao turismo na terra do sol nascente. As cidades favoritas como Tóquio e Quioto possuem, além de estrutura preparada para receber os visitantes, rica experiência gastronômica, incluindo restaurantes premiados com estrelas Michelin, a valores acessíveis. O baixo custo com alimentação é encontrado da mesma maneira em supermercados e nas numerosas lojas de conveniência, oferecendo praticidade e produtos de qualidade. Poder andar nas ruas em qualquer horário também foi comentado por Jo como um diferencial, já que o Japão é um dos países com menor índice de violência do mundo.

Sobre o lado B, exótico do Japão, o antropólogo Victor Hugo Kebbe esclarece que muitos dos filmes e produções com temas orientais não refletem exatamente a realidade do Japão atual, distorcendo por exemplo a imagem das gueixas: praticantes das artes, eram educadas a treinar por muitos anos regras de etiqueta, habilidade com instrumentos musicais, prática da cerimônia do chá entre outras atividades que as tornavam mestres do entretenimento, não possuindo o foco na prostituição, como foi disseminado ao ocidente.

Uma grande oportunidade de sentir de perto aqui no Brasil esses conceitos que unem o tradicional ao moderno é visitar o icônico projeto arquitetônico da Japan House na Av Paulista em São Paulo. Criada pelo governo japonês, a casa é uma grande difusora da cultura nipônica para a comunidade. Nas palavras de Eric Klug, presidente da instituição, tradições milenares como o furoshiki (embrulho de presentes em tecidos) e fabricação de bebidas alcoólicas como o saquê, são exemplos de costumes que perduram até os dias de hoje e podem ser vivenciados no local pelos visitantes.