Em cartaz durante duas semanas, foram 3.457 visitas registradas no livro, vindas de 41 diferentes países e maioria de críticas positivas.
A “15ª Grande Exposição de Arte Bunkyo” encerrou sua temporada no último domingo, dia 22 de outubro, após duas semanas superando expectativas de público, artistas, obras e repercussão no mundo da arte.
Esta edição contou com 220 artistas selecionados e 368 obras expostas, que receberam a visitação registrada em livro de 3.457 pessoas vindas de 41 países. Os resultados representam um número de visitantes 43% maior que do ano passado.
Em todos estes números, recordes foram quebrados e o evento deu início a uma retomada do reconhecimento como um dos salões de artes mais importantes do país e de onde surgem grandes artistas e inspirações que ditam a estética da arte e do design brasileiros.
Este ano, pela primeira vez, considerando suas três fases históricas, a edição tem o patrocínio do Governo do Estado de São Paulo por meio do ProAC na classificação de etnia amarela. Contou com a contribuição de Hiro Kai, artista visual, produtor e coordenador de montagem que desde que chegou ao Brasil, em 1962, e se tornou um dos mais importantes agitadores culturais e agentes de transformação das artes plásticas do país.
Este ano, foram 1.469 obras de 599 artistas que atenderam ao chamado do edital, dos quais o salão expôs 368 peças de artes plásticas e arte koguei de 220 autores.
Enock Sacramento, seu curador, afirma: “Ao apresentar a mostra no belo catálogo que a documenta, enfatizamos que a 15ª Grande Exposição de Arte bunkyo é desdobramento de uma ação que teve início em 1935, com a criação do Grupo Seibi, de grande importância para a arte moderna brasileira. Ela mostra que a chama dos pioneiros continua acesa, embora em outro contexto. Nesta edição, trabalhamos com a ideia de uma exposição democrática inclusiva e gratuita, alinhada com as tendências da sociedade contemporânea”.
A “15ª Grande Exposição de Arte Bunkyo” continua no ambiente digital
Além da visitação presencial, a mostra também disponibilizou a possibilidade de visitação virtual pela internet. E, apesar do encerramento da exposição presencial, no ambiente digital ela continua.
O desafio da multiplicação do conhecimento também foi algo presente na visitação presencial. Por isso, o projeto contemplou algumas visitas guiadas e a contratação de estagiários remunerados dos cursos superiores de artes, estimulando, assim, a formação e a valorização dos profissionais desse mercado.
Artistas Premiados pelo Júri
No segmento de artes plásticas, receberam o reconhecimento do júri o vídeo “Tonsores” (2022) de Elcio Miazaki, a gravura sem título (2022) de Marcio Périgo e a escultura “Sapato 2” (2023) de Marisa Nunes.
Entre os representantes da arte koguei*, os vencedores foram os artistas da obra em cerâmica “Azul” (2021) – Cristina Myrrha, do trabalho em madeira e bambu “Mandala Kabekake” (2023) – Igor Hatanda e da obra em cerâmica “Pyscho Blue” – Parami Artesanal.
* “Koguei” é a combinação de dois caracteres “ko”, trabalho manual e “guei”, arte, e essa associação indica que arte está profundamente enraizada na tradição cultural japonesa, respeitando as técnicas e os métodos transmitidos de geração em geração. – Olga Ishida (Presidente da Comissão de Arte Koguei)
Artistas Premiados por meio de Voto Popular
Arte Koguei
Confira abaixo o resultado dos artistas mais votados durante a exposição para Arte Koguei:
- 233 votos: Mirian Sanae Ueda Tatsumi
- 116 votos : Junko Tanizaki
- 85 votos : Yeda Kitano Cherubini
- 76 votos : Oliver Seiler Calò
- 61 votos : Pablo Tadeo Maranho Lozano
Artes Plásticas
Confira abaixo o resultado dos artistas mais votados durante a exposição para Artes Plásticas:
- 157 votos: Wagner Shiguenobu Kuroiwa
- 124 votos: Aiaco Gokita
- 89 votos: Celso Branco Haydn
- 88 votos: Matiko Sakai
- 82 votos: Paula Uehara Kalili
Homenagem a Kenjiro Ikoma
Além deles, a “15ª Grande Exposição de Arte Bunkyo” faz uma homenagem a Kenjiro Ikoma, artista que nasceu no Japão, na província de Mie-Ken, em 1948 e emigrou para o Brasil aos 25 anos. Especializou-se em cerâmica e foi o responsável pelo projeto e construção do primeiro forno anagama no país. Durante sua jornada artística, ganhou notoriedade ao inserir na tradicional arte japonesa, elementos da cultura brasileira, representando a mesma conexão entre as artes plásticas contemporâneas e a arte koguei presente na exposição.
Do Grupo Seibi à união das artes brasileira e japonesa
A realização de um evento como a “Grande Exposição de Arte Bunkyo” busca a contemporaneidade ao mesmo tempo que resgata sua história e o intento de um grupo de artistas que, em 1935, fundou o Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo (Seibi-Kai), mais conhecido como Grupo Seibi. O coletivo, que promovia o intercâmbio de opiniões e conhecimento entre os artistas, realizou seu primeiro salão de arte em 1938.
“Quando retomamos essa trajetória, é importante destacar que apesar de tudo ter começado com a união de artistas imigrantes ou de ascendência japonesa, eles discutiam e influenciavam fortemente a arte do Brasil no século XX. O Seibi apresentou ao mundo nomes como Tomie Ohtake e Manabu Mabe que, apesar do sobrenome nipônico, criaram uma linguagem estética conhecida como tipicamente brasileira e que ditou o caminho de muitos outros que passaram por ali”, destaca o artista plástico Marcos Akasaki, Presidente da Comissão de Artes Plásticas do Bunkyo.
Foram 15 salões de arte com um hiato durante a 2ª Guerra Mundial. Então, o grupo se desfez e, em 1972, em seu lugar nasce o Salão Bunkyo de Artes Plásticas, que contou com 33 exposições, até que, em 2007, acontece uma conexão do coletivo com artes originárias do Japão. Durante as preparações para a celebração do centenário da imigração japonesa no Brasil, o evento se une ao Salão de Arte Koguei em uma única mostra e nasce a “1ª Grande Exposição de Arte Bunkyo”.
A 15ª Grande Exposição de Arte Bunkyo foi realizada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com o apoio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) e de suas Comissões de Artes Plásticas e Arte Koguei, mediante projeto aprovado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), tendo como coordenador Marcos Akasaki, presidente da Comissão de Artes Plásticas do Bunkyo); como produtor Hiro Kai, titular da empreendedora do projeto, a KaKai Produções Artísticas Culturais; e como curador Enock Sacramento, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA).
Visite o site oficial: www.artebunkyo.com.br
Crédito das Fotos: Jotape