Especial de 380 anos do nascimento de Matsuo Bashō – Haikais

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A presidente da Comissão de Atividades Literárias, Neide Nagae, convidou dois haicaístas eminentes da atualidade no país: Edson Iura e o monge Jisho Handa, para gravação de um vídeo em homenagem aos 380 anos do nascimento de um gênio da poesia – Matsuo Bashō.

Sua poesia em haicais, que em sua simplicidade, traz ao significado subjetivo o máximo da sofisticação, é reconhecida internacionalmente e dentro do Japão muitos dos seus poemas são reproduzidos em monumentos e locais tradicionais.

Confira no canal do Youtube Bunkyo Digital o Especial em homenagem a Basho:


Matsuo Bashō

Imagem 1*

Bashō 松尾 芭蕉 nasceu em Tóquio no ano de 1644 e faleceu aos 50 anos em Osaka, em 28 de novembro de 1694. Seu primeiro nome foi Matsuo Chūemon Munefusa, sendo o seu pseudônimo poético (haigō) principal – Bashō, uma referência a uma planta ao lado sua cabana, que conhecemos como bananeira.

Sua família tinha como origem a classe samurai, que na época já se encotrava em decadência. Matsuo, interessado desde jovem pela prática do haikai, largou o cultivo do campo e seguiu os estudos na carreira literária, estudando com diversos mestres, aperfeiçoou seu conhecimento das regras poéticas.

As escolas de poesia existentes, Kofu e Danrin, estavam decadentes, e Bashô criou uma escola própria, chamada Shofu. Sua figura como poeta errante, que viajou pelo Japão em busca de inspiração para sua poesia, pode ser notada na obra “Oku no Hosomichi” , traduzida “Trilhas de Oku”.

Foi considerado o poeta mais famoso do período Edo no Japão, codificou e estabeleceu os cânones do tradicional haikai japonês, forma poética caracterizada pela concisão o objetividade.

Imagem 1:* Retrato de Basho por Watanabe Kazan retratada na era Tempō (1830-1844), acervo do Tokyo Shiryō Collection 421-C2-5


Edson Iura

Edson Iura nasceu em São Paulo, é poeta e membro da Comissão de Atividades Literárias do Bunkyo. Há três décadas tem no haicai um de seus principais interesses, atuando como editor do Caqui (www.kakinet.com), primeiro sítio brasileiro da internet dedicado ao haicai; administrador do fórum eletrônico Haikai-L e seleciona haicais para publicação no Jornal Nippon Já e na Revista Nikkei Bungaku.

Autor de “O Mendigo Sonha: Haicais” e “Cesto de Caquis: Notas sobre Haicai”, vencedor do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2022 e Menção Honrosa do Prêmio Paulo Freire da UBE-RJ 2023.

Participou da seleção de haicais para publicação no Jornal Nippo-Brasil e no Jornal Nippak, foi diretor literário de língua portuguesa da Associação Literária Nikkei Bungaku; atuou ativamente da organização de diversas edições do Encontro Brasileiro de Haicai, foi membro do Grêmio Haicai Ipê.


Francisco Handa

Francisco “Jisho” Handa, monge budista, nasceu em Salto no Vale do Tietê, São Paulo, em 1955. Com formação em História, atuou em jornalismo por quase duas décadas. É um dos fundadores do Grêmio Haicai Ipê – grupo que se reúne desde 1987 para “estudar, produzir e apreciar haicais, com o intuito de aclimatar ao Brasil essa forma poética, japonesa na origem” e membro da Comissão de Atividades Literárias do Bunkyo.

Contribui no Grêmio de Haiku “Pitangas Urbanas”, junto de outros poetas – como Zekan Fernandes, Alvaro Posselt, José Marins e Carlos Martins. É autor de “A Caminho de Budapeste” (poesia) e “Silêncio das Maritacas – haicais de uma pandemia”.

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