
Realiza-se, no próximo dia 31 de outubro, sexta-feira, a partir das 19h, a cerimônia de outorga do Prêmio Kiyoshi Yamamoto, no Salão Nobre do Bunkyo.
Neste ano comemorativo aos 130 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão e 70 anos do Bunkyo, “temos a grande honra de prestar homenagem à contribuição de três personalidades destaques da área e à conhecida e respeitada de todos, a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia”, destaca Nelson Kamitsuji, presidente da Comissão Bunkyo Rural Kiyoshi Yamamoto.
Kamitsuji destaca que, conforme as normas estabelecidas pelas Comissão Organizadora do Prêmio, a escolha dos homenageados é feita a partir das indicações de associações e instituições.
Desta feita, serão homenageados o Prof. Dr. Keigo Minami da Esalq/USP; Miguel Massake Makiyama, pesquisador autodidata voltado ao abacate; Takeo Kimura, produtor de figo no sertão cearense em Tabuleiro do Norte e a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia localizada em Pompeia.
Em anexo abaixo, acompanhe o currículo dos homenageados.
Os homenageados do 54º Prêmio Kiyoshi Yamamoto
O Prêmio Kiyoshi Yamamoto – instituído em homenagem ao engenheiro agrônomo, Dr. Kiyoshi Yamamoto, fundador do Bunkyo – tem como finalidade prestar reconhecimento aos pesquisadores e produtores enaltecendo a importância de seus feitos ao setor agropecuário deste país.
Prof. Dr. Keigo Minami, excelência acadêmica

O Professor Titular Dr. Keigo Minami “representa a síntese da excelência acadêmica, do comprometimento com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro e da formação de novas gerações de cientistas”, destaca a Profa. Simone de Costa Mello, chefe do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP. Afirma que “sua contribuição transcende a sala de aula e os laboratórios, deixando um legado duradouro para a Olericultura e a ciência no Brasil”.
O documento indica que o Prof. Dr. Minami se graduou em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo (1969), fez mestrado em Horticultura pela Ohio State University (1973) e doutorado em Agronomia – Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo (1977), e construiu uma carreira sólida e pioneira na área de Fitotecnia, com especial destaque para a produção de hortaliças, manejo da nutrição, cultivo protegido, propagação de mudas e de desenvolvimento de substratos.
Com atuação na ESALQ desde 1971, prossegue o documento, foi um dos responsáveis pela introdução dos sistemas de irrigação por gotejamento e da produção de mudas de hortaliças e ornamentais em recipientes no Brasil, tecnologias que transformaram a horticultura. Sua liderança científica se expressa em mais de 400 publicaçõesentre artigos, livros, boletins técnicos e consultorias, incluindo títulos de referência como “A fisiologia e nutrição de tomateiro” e “Cultura de tomate”.
Ressalta ainda que, ao longo de sua trajetória, orientou cerca de 200 trabalhos acadêmicos, desde a iniciação científica até o doutorado, e participou de aproximadamente 600 bancas examinadoras, contribuindo de forma decisiva para a qualificação técnica e científica de profissionais em todo o país.
Takeo Kimura e seu projeto de vida em Tabuleiro do Norte

Chris Ley Conrado Moreira, presidente da Câmara Municipal de Tabuleiro do Norte (CE), município com cerca de 30 mil habitantes, localizado na região leste do estado do Ceará na divisa com Rio Grande do Norte, é o autor da indicação de Takeo Kimura ao 54º Prêmio Kiyoshi Yamamoto, “pela relevante dedicação ao pioneirismo no cultivo comercial de figos da variedade Roxo de Valinhos”.
O documento prossegue: “ao chegarem na região o Sr. Takeo Kimura, prestes a completar 88 anos, e seu filho Fernando Yutaka (44), tiveram que enfrentar e superar todas as dificuldades imagináveis sejam elas físicas, emocionais, técnicas, culturais, logísticas e financeiras e passar por muitos erros e acertos, até que finalmente alcançaram uma posição de sucesso na safra de 2024”.
Ressalta ainda que “o projeto Kimura Agrofarm vem se aperfeiçoando e se profissionalizando cada vez mais em busca de excelência e melhoria contínua nas práticas de campo” e também “cumprindo o seu propósito fundamental de transformar as vidas das pessoas que trabalham em comunhão com o projeto”.
Este certamente é o capítulo final bem-sucedido de uma trajetória de Takeo Kimura que nasceu nos anos de 1950 quando passou a trabalhar na Embaixada da República Dominicana, em Tóquio e deu-se conta de “um vasto mundo além do Japão” e sua vontade de “partir para algum lugar daq América”. Chegou ao Brasil em 1956, aos 24 anos de idade.
Sempre dedicado ao cultivo da terra, produziu hortaliças, flores e frutas concomitante à produção de ovos e criação de frangos.
No início dos anos de 1990, com mais de 60 anos e os seus 8 filhos criados, Kimura passou a se dedicar ao seu sonho pessoal – ir para alguma região carente do nordeste brasileira e iniciar um projeto agrícola. Viajou por vários locais, pesquisou várias alternativas de cultivo sem sucesso.
O projeto ficou aparentemente adormecido durante 22 anos, período em que passou a cultivar figo em sua propriedade em Taubaté (SP). Foi o tempo para amadurecer a ideia de aplicar esses conhecimentos no sertão nordestino.
Assim, em 2019, pouco antes de completar 87 anos, achou que a hora tinha chegado. Partiu de Taubaté para sua propriedade no Ceará numa caminhonete lotada de mudas de figo acompanhado do caçula Fernando Yutaka e do filho agrônomo Paulo Hiroshi. Em 3 dias foram rodados quase 3 mil quilômetros até chegar a Tabuleiro do Norte. Ali começou a luta do pai (Takeo) e do filho (Fernando Yutaka), com o acompanhamento da esposa Nobue, que levou seis anos até fazer crescer as fileiras verdejantes de figo no solo arenoso coberto de mato rasteiro e castigado pela temperatura médica de 40º C.
Makiyama e a homenagem à esposa Margarida

Miguel Massake Makiyama, natural de Cambará (PR) e residente na Colônia Esperança (Arapongas, PR), tem uma trajetória marcada pela dedicação às atividades agrícolas e destacou-se como pesquisador autodidata dedicado ao cultivo do abacate.
Consta que, no início dos anos 1950, no sítio da família foram plantadas cerca de 40 sementes de abacates comuns. Um desses pés se destacou pela produtividade, tolerância a baixas temperaturas e maturação tardia.
Assim, em 1973, foram feitas 10 mudas desse mesmo abacateiro, por meio de enxertia por garfagem em fenda cheia visando manter as propriedades e características da planta matriz.
Em 1979, essa novidade despertou o interesse do engenheiro agrônomo Masasuke Mashima, então responsável pela área de fruticultura da Cooperativa Agrícola de Cotia, que passou a observar os abacates e submetê-los a vários testes constatando que se tratava de uma nova variedade, com características e propriedades diferentes das linhagens até então conhecidas. Foi denominado cultivar “Margarida” em homenagem à esposa de Massake.
Atualmente, as famílias Makiyama e Tokushima mantém o viveiro de mudas desse abacate, sendo que a produção média anual da Colônia Esperança é de cerca de 1,5 milhão de quilos destinados principalmente ao mercado da região nordeste, estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, um legado vivo

“Uma herança viva de caráter, inovação, solidariedade de amor profundo pelo Brasil”, assim define o vereador Eduardo Akira Edamitsu, da Câmara Municipal de Tupã, ao assinar a indicação da Fundação Shunji Nishimura ao 54º Prêmio Kiyoshi Yamamoto.
Fundada em 1979 pelo visionário e incansável empreendedor Shunji Nishimura, a instituição “nasceu do mais puro sentimento de gratidão de um imigrante japonês” afirma o vereador, que “decidiu retribuir com um legado duradouro na área da educação e da formação profissional”.
Em mais de quatro década de atuação, continua o documento, “a Fundação tem se consolidado como um ecossistema de educação e inovação, impactando positivamente milhares de vidas por meio de suas diversas iniciativas”. Entre elas, destaca o Colégio Técnico Agrícola, o Colégio Shunji Nishimura, Escola SENAI Shunji Nishimura, Fatec Pompeia – Shunji Nishimura, Laboratório de Solos FSNT, Museu e Memorial Shunji Nishimura e o Projeto Voluntariado.
Serviço
54º Prêmio Kiyoshi Yamamoto
Dia/hora: 31 de outubro de 2025, sexta-feira, às 19h.
Local: Salão Nobre do Bunkyo – Rua São Joaquim, 381 – 2º andar – Liberdade/SP
Taxa de adesão: R$ 150,00 (restrito a convidados)
Estacionamento terceirizado: Rua Galvão Bueno, 540.