Concerto memorável no Theatro Municipal de São Paulo

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Fotos: Gabriel Inamine

Uma noite memorável para celebrar os 130 anos da assinatura do Tratado de Amizade Brasil-Japão, abrilhantada por músicos da melhor qualidade. O encontro aconteceu no último dia 28 de novembro, no Theatro Municipal de São Paulo, com a presença de cerca e 1.500 pessoas.

No palco, a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal, sob a regência de Thiago Tavares, com os solistas Shen Ribeiro (shakuhachi) e Yoko Nishi (koto).

Tendo como mote a “amizade” entre os dois países, o evento não foi somente uma oportunidade de reencontro de conhecidos, artistas e de líderes nikkeis. O concerto estabeleceu uma perfeita conexão musical Brasil-Japão trazendo ao público composições que emocionaram toda a plateia.

O maestro Thiago Tavares foi o responsável pelo arranjo das quatro músicas japonesas apresentadas: “Itsuki no Komoriuta”, “Sakura-Sakura”, “Kojo no Tsuki” (de Taki Rentaro) e “Warabe no Uta” (de Isao Takahata).

Ao final do Concerto, ele não escondia a felicidade pelo “privilégio” (como fez questão de citar) de participar do evento. Quanto aos jovens da Orquestra, o trabalho de ensaio foi tranquilo, informou, mas o mais desafiador foi a elaboração dos arranjos das músicas japonesas e em sintonia com o koto e o shakuhachi. “Ainda não fui ao Japão, mas acho que estou bem perto dele”, afirmou, justificando que seu padrasto (Tetsuro Hori) e a esposa (Daniele Sakumoto) são nipo-brasileiros.

“Criei um Japão imaginário baseado em minha vivência familiar, nos filmes que assisti, nos livros, nos animês e mangá”, afirma, “e tomando como contraponto a música ocidental”.

“Foi muito legal, foi uma oportunidade para experenciar novas músicas” – relata um dos jovens da Orquestra, feliz por fazer parte do espetáculo.

A apresentação musical começou com “Prelúdio das Bachianas no. 4” de Villa Lobos, e incluiu também a composição “Kaze no Uta” (Canção do Vento) de Tadao Sawai, um clássico da música japonesa. No final, foi apresentada a canção “Mourão” de Cesar Guerra Peixe, do folclore brasileiro inspirada nas rabecas nordestinas e ao som do sakuhachi e koto.

Para o tradicional bis, o maestro Thiago Tavares fez o arranjo do “Carinhoso” (de Pixinguinha e Braguinha), incluindo o shakuhachi e o koto, e o público cantando as primeiras estrofes: “Museu coração, não sei porque bate feliz quando te vê”.

Aliás muito felizes também estavam os dois solistas. Yoko Nishi, que já esteve várias vezes no Brasil para apresentações e master classes, desta vez veio especialmente para esse concerto, afirmou “fiquei muito emocionada com a manifestação calorosa do público brasileiro. No Japão, não tem essa demonstração tão efusiva, são mais discretos”, destacou. “Além disso, estou impressionada em constatar que, apesar dos 130 anos do Tratado, ainda as pessoas daqui continuam enaltecendo e participando da celebração desse evento histórico”.

Já o mestre do shakuhachi Shen Ribeiro, que atuou como interlocutor informal nos preparativos do Concerto (além de bilingue é profundo conhecedor da música japonesa), também ressaltava o “privilégio” de protagonizar esse primoroso encontro musical Brasil-Japão.

Entre o público, alguns sugeriram que o ideal seria a reapresentação do espetáculo, tamanha a procura (os ingressos se esgotaram em poucas horas) e a maestria da performance dos músicos.

Na cerimônia de abertura estiveram presentes: Rodrigo Massi (secretário adjunto de Cultura de São Paulo), Angela Gandra (secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo), Roberto Yoshihiro Nishio (presidente do Bunkyo), Yoriko Suzuki (cônsul-geral do Japão em São Paulo), Amanda Di Felice (assessora internacional da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo), Abraão Mafra (diretor-geral da Fundação Theatro Municipal), Carlos Harasawa e Carlos Kendi Fukuhara (vice-presidentes do Bunkyo).

O Concerto em Homenagem aos 130 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão foi uma realização do Bunkyo com o apoio institucional do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Japan Foundation, Escola Municipal de Música, Fundação Theatro Municipal e Prefeitura de São Paulo.

Contou com o patrocínio do Bradesco e Grupo Penha e apoio da Panamedical, Sons da Floresta, Udon Jinbei e Toriko Ramen.

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