Semear e/ou praticar o sentimento de omoiyari. “Palhaços sem Fronteiras”. Existe alguma relação entre eles? Sim, e muito.
É isso que estará sendo apresentado no Bunkyo, no próximo dia 22 de novembro, a partir das 19h, no painel “Omoiyari – A Arte da Empatia” reunindo três conhecidos palhaços: Arthur Toyoshima, Aline Moreno e Renato Ribeiro.
O evento é uma realização do Bunkyo com o apoio da JCI Brasil-Japão.
Afinal, o que é omoiyari?
Omoiyari não é simples de traduzir para o português, talvez até para os japoneses, mas não significa que eles deixem de praticá-lo em seu cotidiano.
“Omoi”, neste caso, tem o sentido de “consideração pelo próximo”, e “yari” (do verbo yaru) significa fazer algo para alguém.
Num tempo em que o individualismo invade as relações humanas, o omoiyari parece restabelecer certa ordem na convivência. Ele se baseia na “relação de todos em foco”, ou seja, da interdependência, como postou Mario Carvalho no blog Wayshia.blogspot.com. Com o omoiyari, afirma, “somos postos a uma reta crescente de aprendizado através de exemplos, por entrar em contato com as diversas maneiras de enxergar a vida”. Ressalta: “Conscientes de nossas próprias forças e limitações e apreço para as dos outros, podemos gerar mudanças extremamente positivas por meio da ação de diferentes perspectivas”.
Aponta que no Japão, a prática do omoiyari é constante, em minuciosos detalhes, tais como dobrar a ponta do papel higiênico para facilitar o uso ao próximo usuário, respeito aos lugares reservados às pessoas com necessidades especiais, uso de fones em transportes coletivos, preservação da limpeza, integridade dos locais públicos, etc.
Os nossos Palhaços sem Fronteiras
Arthur, Aline e Renato têm em comum a “a arte da palhaçaria” que tem como objetivo promover o riso criando conexão com o público, estabelecendo cumplicidade e empatia. Além das técnicas, gestos e ações, praticam o improviso e lançam mão das habilidades musicais.
Arthur Toyoshima é ator, palhaço, professor, educador e publicitário, Aline Moreno é atriz, palhaça e, ambos são fundadores da Organização Palhaços sem Fronteiras Brasil. Já Renato Moreno, que também faz parte da Organização, tem sua formação no grupo “Doutores da Alegria”.
Acreditam que a busca do riso pode ser um elemento base para uma transformação social e, assim, atuam por meio de intervenções artísticas, espetáculos de palhaçaria e de artes circenses na região onde crianças vivem afetadas por situação de crise causada tanto por guerra, desastres naturais, como também em áreas de exclusão social.
Enfim, retomando o questionamento inicial, podemos ressaltar que, acompanhando os propósitos do trio junto à população de risco em busca da harmonização de tensões e reestruturação afetiva, é possível estabelecer conexões com o conceito do omoiyari.
Certamente será emocionante assisti-los ao vivo, compartilhar com eles suas experiências, encantar-se com seus sentimentos e aprender com suas lições de omoiyari. Acredite, vai valer a pena!